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O SUBMUNDO
A guerra tinha praticamente
cessado num piscar de olhos.
Lucian, o mais temido
e implacável líder
do clã dos Lycans (lobisomens),
tinha finalmente sido morto.
Os Lycans debandaram em uma
única noite de fogo e retribuição.
A vitória parecia estar ao nosso alcance.
O direito de nascença dos vampiros.
Quase seis séculos se
passaram desde aquela noite.
Mas a guerra teimou em não
seguir Lucian para a sepultura.
Apesar dos Lycans
serem menos,
a guerra tornou-se mais perigosa.
A lua não os segura mais.
Lycans mais velhos e poderosos
podem agora transformar-se
quando quiserem.
As armas evoluíram,
mas as ordens são as mesmas:
caçá-los e mata-los todos,
um a um.
Uma campanha muito bem sucedida.
Talvez, demasiado bem sucedida.
Para aqueles como eu,
um Anjo da Morte
isto significava o fim de uma era.
Tal como as armas do século anterior,
nós também nos tornamos obsoletos.
Uma pena, pois eu vivia para isso.
Sangues!
Está tudo bem.
Você vai ficar bem.
Vocês estão a agir como um bando
de cães raivosos!
E isso, cavalheiros, é inaceitável.
Não se quiserem derrotar
os vampiros no seu território,
Não se quiserem sobreviver à guerra.
Pierce! Taylor!
Vistam-se, sim?
Temos um sério problema.
Tenho que fazer alguns ***.
É algum tipo de fluído irradiado.
- Munição ultravioleta.
- Luz do dia convertida em arma!
- Querem que acredite...
... que um animal imundo criou uma bala
especialmente concebida para matar vampiros?
Não, aposto que é militar.
Devem ter roubado. Algum tipo
de bala tracejante de alta tecnologia.
Não interessa onde arranjaram isso. O Rigel
morreu e o Nathaniel ainda pode lá estar.
Devíamos reunir os Anjos da Morte
e voltar lá em força.
Fora de questão! Agora não!
Não por uma incursão aleatória.
O Despertar é daqui a alguns dias e
esta casa já está perturbada como está.
Aleatória? Eles abriram
fogo em público.
E pelo que ouvi no túnel...
- Como disseste, não viste nada.
Eu sei o que ouvi e
o que me diz a minha intuição,
pode haver dezenas de Lycans lá.
Quem sabe, talvez mais!
Centenas!
Nós caçamo-los quase
até à extinção.
O Kraven tem razão, Selene.
Há séculos que não há um covil desse
tamanho. Desde os tempos do Lucian.
Eu sei disso, Kahn. Mas prefiro que
provem que estou errada verificando.
Muito bem, prepara as coisas.
Eu mando o Soren reunir
uma equipa de busca.
- Não, eu quero liderar a equipa.
- Fora de questão!
O Soren vai tratar disso.
Centenas... a sério?
O Viktor acreditaria em mim.
- Eu nunca te trataria assim.
- Claro que não.
Agora vai e manda-a vestir-se
para receber os nossos convidados.
- É uma perda de tempo, sabias?
- O quê?
Duvido que Viktor quisesse que ficasses aqui
a observar o túmulo dele durante horas.
Não, ele ia querer era os Anjos da Morte a
vasculharem toda a cidade, agora mesmo.
Kraven... Nunca vou perceber porque
o Viktor o deixou no comando.
Ele é um burocrata, não um guerreiro.
- Anda, precisas de te preparar.
- Para quê?
Para a festa. O enviado da Amelia
deve estar a chegar.
Ah, sim.
Devias vestir este, é perfeito.
Eles andavam atrás de ti.
Ele é atraente,
para um humano.
Quem é atraente?
Tu sabes que eu te queria
ao meu lado esta noite.
Leva a Erika, está mortinha
por estar ao teu lado.
Se queres saber, eu acho que tu levas
essa conversa de guerreira muito a sério.
Tu não podes desfazer o passado,
por muitos que mates.
E além disso,
qual é o sentido de ser imortal
se te negas os
simples prazeres da vida?
Vês este humano?
O que é que ele tem?
Não tenho a certeza,
mas acho que os Lycans...
Porra!
Veste algo elegante.
E depressa.
Kraven, estou a falar a sério,
acho que o estavam a seguir.
Se não for para comida, por que é que
os Lycans perseguiriam um humano?
Algum progresso?
Vamos descobrir.
Negativo.
"James T. Corvin"
"M. Corvin"
Já vais para casa?
Vou. O Nicholas deu-me
umas horas de folga.
Por falar nisso,
ele disse que fizeste um bom
trabalho hoje na cirurgia.
Sim.
Cuida-te.
Fomos emboscados.
Anjos da Morte, três deles.
E o candidato?
- Nós perdemo-lo.
- Vocês perderam-no?
Olha só para esta confusão.
Balas Ag (prata).
Alta concentração.
Não o deixaram transformar-se.
Não adianta tirar as outras,
a prata penetrou os órgãos.
A regeneração seria impossível.
Vamos tirar essas coisas.
Relaxa.
Os vampiros não perceberam que
vocês seguiam um humano,
pois não, Raze?
Não.
Quero dizer, acho que não.
Tu achas que não, ou não sabes?
Não tenho a certeza.
Negativo.
Tenho mesmo de ver esse Michael.
Será que tenho de
fazer tudo sozinho?
As nossas nobres casas
podem estar separadas
por um grande oceano,
mas estamos igualmente empenhados
na sobrevivência da nossa linhagem.
E quando a Amelia chegar
para acordar o Marcus
daqui a dois dias,
nós estaremos mais uma vez reunidos
como uma única congregação.
Queremos agradecer aos nossos anfitriões,
pela sua generosa hospitalidade.
MICHAEL CORVIN
APTº 510 - BLOCO 3B
LAKTOS JOSZEF 39
Ele chega, faz o seu trabalho
e vai para casa.
Não sei mais o que dizer.
Os estagiários trabalham muito,
não temos grande vida.
Sabe onde podemos encontrá-lo?
Não.
Podem ver se ele está em casa,
ou esperar que volte.
Ele não está metido
em problemas, está?
Olá, sou o Michael. Não estou de momento,
por favor deixe a sua mensagem.
Olá, Michael, é o Alan. A polícia
esteve no hospital à tua procura,
acham que tu estás envolvido
naquele tiroteio.
Eu disse que não era possível,
mas eles estão à tua procura.
Por que é que eles estão atrás de ti?
Merda!
Olá, Michael.
Que merda está a acontecer?
Pára o carro.
Pára o carro!
Para trás!
Ok.
Ok.
Tudo bem.
Tu perdeste muito sangue.
Se não paras o carro
ainda nos matas aos dois.
- Não estou a brincar!
- Nem eu!
Agora cala-te e segura-te,
eu fico bem.
Merda!
Uma segunda fuga.
Impressionante!
Talvez o Raze não tenha exagerado.
- O Raze não conseguiu trazer isto.
Se Michael for realmente um portador,
... então os vampiros...
- Calma, velho amigo.
Eu provei a carne dele.
Só faltam dois dias
para a lua cheia.
Em breve ele será um Lycan.
Em breve ele virá nos procurar.
É uma pena não termos mais.
Positivo.
Fica deitado.
Levaste uma grande
pancada na cabeça.
Estiveste inconsciente
por um bocado.
Sabes por que é que
estavam atrás de ti?
Onde estou?
Estás a salvo.
Eu sou a Selene.
Afinal os rumores eram verdadeiros!
Estão todos a comentar sobre
o teu novo bichinho de estimação.
Oh Deus, vais tentar
transforma-lo, não vais?
Claro que não.
Então, porque é que o
trouxeste para cá?
Ele salvou-me a vida.
Porque é que tu estás aqui?
O Kraven mandou-me,
ele quer ver-te.
Agora.
Isto é completamente inaceitável.
Tu desobedeces às minhas ordens e passas
a noite fora da mansão com um humano?
E ainda o trazes para dentro da minha casa?
- Tanto quanto sei, a casa ainda é do Viktor.
Olha, não quero discutir.
Só quero que entendas que o Michael
é importante para os Lycans.
- Ah, agora é o "Michael?
- Kraven, dá para me ouvires...
Não entendo a tua obsessão
por essa teoria ridícula.
O Lucian nunca se interessaria por um humano,
seja ele o Michael ou outro qualquer.
Espera um pouco.
- Tu estás atraída por ele, não estás?
- Essa sim, é uma teoria ridícula.
Será mesmo?
Deixa-nos!
Espero bem que nunca
te zangues comigo.
Espera um pouco.
Experimenta esta.
Vai em frente, dá uns tiros.
Tira o carregador.
Copiaste as balas dos Lycans.
Nitrato de prata.
Dose mortal.
Não vão conseguir extrair estas,
como fazem com as nossas.
Vão directas para a corrente sanguínea,
não há nada para tirar.
Diz-me, Kahn.
Acreditas que o Lucian
morreu como dizem?
O Kraven andou a contar
histórias de guerra, não foi?
Isso é o que eu quero dizer.
Não passa de uma história antiga.
A história dele.
Não há uma única prova de ele ter
matado o Lucian, só a palavra dele.
Eu nunca subestimei
a ambição do Kraven
mas o Viktor acreditava nele,
é só isso que interessa.
Onde queres chegar com isso?
A lugar nenhum.
Enfrentar Anjos da Morte em público e caçar
um humano não era o que eu tinha em mente.
Eu disse-te, eu disse-te
para não dares nas vistas.
Acalma-te, Kraven!
O humano não é da tua conta.
Além do mais, não dei nas vistas
durante tempo que chegue.
Apenas mantém os teus
homens à distância, Lucian.
Pelo menos por enquanto.
Não obrigues a que me arrependa...
... do nosso acordo.
Concentra-te apenas no teu papel.
Lembra-te que já derramei
o meu sangue por ti.
Sem mim, tu não terias nada.
Tu não serias nada.
Das inúmeras bravas almas
que entraram na fortaleza de Lucian,
apenas um vampiro sobreviveu:
Kraven.
Que foi ricamente recompensado,
não apenas por incendiar o lugar
mas por trazer uma prova
da morte do líder dos Lycans.
A pele marcada,
cortada do braço de Lucian.
Andei à tua procura
por toda a parte.
- Agora não.
- Ele foi mordido!
O teu humano.
Foi mordido por um Lycan.
- Foi o Kraven que te mandou dizer isso?
- Não. Eu própria vi a ferida, juro.
E a Convenção?
Tu sabes que é proibido.
Desde que fui mordido,
estou a ter alucinações, devaneios.
Sinto como se... a minha cabeça se
estivesse a dividir ao meio.
Tens a certeza que um homem
adulto que te mordeu?
Jesus!
- Michael, tens a certeza que não foi um cão?
- Eu disse que foi um homem.
- Ok.
- Foi um homem.
- Ok, entendi.
- Ele andava atrás de mim.
E aquela mulher...
... a mulher do metro...
- Que mulher?
- Não me tens ouvido? Ela fez-me refém!
- Tudo bem, tudo bem.
Vou só... por favor...
Vou ajudar-te a resolver isso,
já volto.
Solta-me, Michael.
Solta-me.
Acalma-te, ok?
Volto num minuto.
- Prometo, está bem?
- Está bem.
Por favor, perdoe-me,
mas preciso desesperadamente
da sua orientação.
Que eu saiba, um Despertar nunca foi
tentado por alguém como eu.
Só os anciões têm o poder de organizar as suas
memórias e pensamentos numa visão coerente.
Um registo detalhado do seu reinado.
Só espero que o Viktor
escute o meu apelo.
Por favor, perdoe-me,
mas preciso desesperadamente
da sua orientação.
Peço perdão por quebrar a cadeia e
acordá-lo antes do tempo,
mas temo que estejamos
todos em perigo.
Especialmente você, meu amo,
se deixado no seu estado enfraquecido.
Acredito que o Lucian esteja vivo.
Aqui, agora, nesta mesma cidade,
preparando-se para atacar
durante a cerimónia de Despertar.
Ainda mais preocupante...
... é que, se eu estiver certa,...
... isso significa que o Kraven
é um aliado dele.
Qual é a urgência?
Dá uma olhadela.
Selene?
Eu quero falar com a Selene!
Este é o Michael?
É o Michael?
- O que diabos está a acontecer?
O que está a acontecer comigo?
Eu vou aí fora.
Se fores não és mais
bem-vinda nesta casa.
Agora que o Viktor despertou, veremos
o que é que ele tem a dizer sobre isso.
Entra.
Eu avisei-a. Eu avisei-a, mas ela
não me ouviu. Ela nunca ouve.
Eu devia ter-te contado antes.
- Contado o quê?
O humano dela,
Michael.
Não é humano coisa nenhuma.
Ele é um Lycan.
O quê?!
Que confusão é esta?
Não voltes mais aqui
ou eles matam-te, entendes?
Porquê?
Quem são vocês?
Deixa-nos.
Quer gostes ou não, estás no meio
de uma guerra que dura há quase mil anos.
Uma guerra entre vampiros e Lycans.
Lobisomens.
Considera-te um sortudo.
A maioria dos humanos morre numa hora
após serem mordidos por um imortal.
Os vírus que transmitimos são mortais.
E se tu me mordesses, o que acontecia?
Eu ficava um vampiro?
Não, morrerias.
Nunca ninguém sobreviveu à
mordida das duas espécies.
Devia parar o carro
e matar-te eu própria.
- Então porque me estás a ajudar?
- Não estou!
Eu caço e mato a tua raça.
O meu interesse é saber
porque o Lucian te quer tanto.
Sabes porque fui acordado, servo?
Não, meu senhor.
Mas vou descobrir em breve.
- Queres dizer, quando a encontrares.
Sim, meu amo.
Deves trazê-la a mim.
Temos muito que conversar,
a Selene e eu.
Ela mostrou-me muitas
coisas perturbadoras.
Coisas com as quais lidarei em breve.
Esta congregação tornou-se fraca,
decadente.
Talvez tivesse sido melhor escolher
outro para cuidar dos meus assuntos.
Mesmo assim...
... as memórias dela...
... estão caóticas.
Não há noção de tempo.
Por favor, meu senhor,
deixe-me chamar ajuda.
Precisa de descanso.
Já descansei que chegue.
O que farás é chamar o Marcus.
Mas ele ainda está a repousar, senhor.
A Amelia e os membros do conselho
chegam amanhã à noite...
para acordar o Marcus.
Não você, meu senhor.
Foi desperto um século
antes do programado.
Tenho visto coisas,
alucinações.
Não são alucinações.
São memórias.
Foste mordido. As memórias dele
foram passadas para ti.
Este é um dos lugares que usamos
para interrogatórios.
Deve ser seguro.
- Indústrias Ziodex.
- Somos os donos.
Primeiro houve plasma
sintético, agora isto.
Depois de aprovado deverá ser a
nossa nova fonte de rendimento.
É sangue clonado.
Para que serve isto?
Os Lycans são alérgicos à prata.
Se não retirarmos logo as balas
acabam por morrer durante o interrogatório.
O que fazem com eles depois?
Metemos as balas de volta.
- Como estão os preparativos?
- Estamos prontos.
Porque é que os odeias tanto?
Já te disse, estamos em guerra.
Então apenas segues ordens?
Porque não respondes à pergunta?
Tudo bem.
Estava alguma coisa no estábulo,
a estraçalhar os nossos cavalos.
Não pude salvar a minha mãe.
Nem a minha irmã.
Os gritos delas acordaram-me.
O meu pai morreu lá fora,
a tentar afugentá-los.
Eu fiquei em pé na porta,
ia correr até ao quarto das
minhas sobrinhas, quando...
Eram gémeas.
Com seis anos feitos há pouco.
Chacinadas,
como animais.
Jesus Cristo.
Depois só me lembro
de estar nos braços dele.
A guerra transbordou
para a nossa casa.
Ele andava a seguir
os Lycans há dias.
Ele afugentou-os e salvou-me.
- Quem?
- O Viktor.
O mais velho e forte de todos nós.
Naquela noite ele tornou-me vampira.
Deu-me a força para
vingar a minha família.
Desde então nunca olhei para trás.
Quem começou a guerra?
Foram eles.
Ou pelo menos é o que
nos fizeram acreditar.
Remexer no passado é proibido.
Tenho que voltar.
- E eu?
- O Viktor vai saber o que fazer.
- Volto amanhã à noite.
- Não fico aqui sozinho.
- Ficas se quiseres viver.
- Não, quero ir contigo.
O que estás a fazer?
Quando a lua cheia surgir
amanhã à noite,
tu vais-te transformar,
vais matar e vais comer.
É inevitável.
Não posso deixar-te livre para
andar por aí, sinto muito.
Uma só bala não te mata mas a prata
deve impedir a transformação.
Pelo menos por algumas horas.
Se eu não voltar a tempo,
faz um favor a ti mesmo, usa-a.
Meu senhor,
ela está aqui.
Como me pudeste fazer isto?
Envergonhar-me assim!
Todos sabem que
tinha planos para nós.
Não existe "nós".
Tu vais até ao Viktor e vais dizer
exactamente o que eu mandar.
De agora em diante,
fazes o que eu disser.
Será que não fui claro?
Chega mais perto,
minha filha.
Lá para fora.
Vamos, mexe-te.
Eu estive perdida sem si,
meu senhor.
Constantemente perseguida pelo Kraven
e a sua interminável paixoneta.
Essa é a história mais
antiga que existe.
Ele deseja a única coisa
que não pode ter.
Agora, diz-me:
porque acreditas que
o Lucian ainda vive?
Mas eu dei-lhe todas
as provas necessárias.
Pensamentos e imagens incoerentes.
Nada mais.
É por isso que o Despertar
é feito por um ancião,
tu não possuis as
habilidades necessárias.
Mas eu vi o Lucian. Alvejei-o.
Tem de acreditar em mim.
A cadeia nunca foi quebrada.
Nem uma vez, em 14 séculos.
Nem uma vez desde que nós anciões
começamos a alternar.
Um acordado, dois a dormir.
É assim que deve ser.
É a vez de Marcus reinar,
não a minha.
- Houve um contratempo.
- Mas eu não tive escolha.
A congregação está em perigo
e o Michael é a chave...
Ah, sim. O Lycan.
Por favor.
- Deixe-me conseguir a prova que desejais.
- Tudo bem.
Vou deixar que o Kraven consiga a prova.
Se houver alguma.
Como pode confiar
nele em vez de mim?
Porque não foi ele que se deixou
corromper por um animal.
Eu amo-te.
Como uma filha,
mas não me deixas escolha.
Estas regras existem por uma boa razão
e foram elas que nos
mantiveram vivos até hoje.
Não te será dada qualquer clemência.
Quando a Amelia chegar, o conselho
reunirá e decidirá o teu destino.
Tu quebraste a cadeia e o convénio.
Deves ser julgada!
Devias-me ter ouvido
e ficado fora disto.
Agora terás sorte se conseguir
convencer o Concelho a te poupar a vida.
Diz-me:
Tu tiveste coragem de arrancar a pele
do Lucian ou ele arrancou-a para ti?
Recorda-te das minhas palavras:
em breve verás as coisas do meu modo.
Ninguém abre esta porta,
entendeste?
Não posso permitir que a minha futura rainha
fuja com aquele Lycan novamente.
Merda.
Mudança de planos.
O Soren e a sua equipa vão buscar a Amelia.
- Essa é a nossa tarefa.
- Já não é.
- Por que me estás a ajudar?
- Não estou.
Estou a ajudar-me a mim.
- O que se passa?
- Alguém passou pelos sensores do perímetro.
Vamos fechar a mansão.
Foi a Selene, ela fugiu.
Foi ter com ele, com o Michael.
Eu quero a cabeça desse
Lycan numa bandeja.
Precisamos de ir.
Abaixa-te!
Vai! Vai!
- Salta!
- Estás a brincar comigo?
- Encontraste alguma coisa?
- Falso alarme.
Os cães caíam em cima de quem
sequer se aproximasse da vedação.
- A Amelia já devia ter chegado.
- Sim.
Olha, quero que saias escondido
e descubras o que a está a atrasar.
Entendido.
Talvez seja melhor pararmos
e darmos-lhe uma dose.
Ele que se foda, ele vai ficar bem.
Estamos quase a chegar.
Ah, merda, ele não vai conseguir.
Encosta!
Pega no estojo.
Espeta-lhe!
Espeta-lhe!
Meu senhor?
Mandei buscar a Selene,
não a ti.
Ela desafiou as suas ordens
e fugiu da mansão, meu senhor.
A tua incompetência
está a tornar-se num fardo.
A culpa não é minha.
Ela ficou obcecada.
Acha que estou no centro
de uma conspiração ridícula.
E aqui está a minha prova!
Agora conta-lhes exactamente
o que me contaste.
Tudo bem. Tudo bem.
Durante anos,
temos tentado combinar as duas raças.
E durante anos, falhamos.
Era inútil.
Mesmo a nível celular as nossas
espécies destruíam-se.
E a chave, nós sabíamos,
era encontrar a linhagem mais rara.
Um descendente directo
de Alexander Corvinus.
Húngaro... um senhor da guerra
que chegou ao poder no
início do século quinto.
Mesmo a tempo de ver uma
peste dizimar a sua aldeia.
Apenas ele sobreviveu.
De alguma forma, o corpo dele
conseguiu modificar a doença
molda-la em seu benefício.
Ele tornou-se o primeiro
verdadeiro imortal.
Anos depois,
foi pai de pelo menos duas crianças
que herdaram a mesma característica.
Os filhos do clã Corvinus.
Um mordido por um morcego,
outro por um lobo,
outro predestinado a percorrer o solitário
caminho da mortalidade como humano.
É uma lenda ridícula. Nada mais.
Pode ser,
mas as nossas espécies
têm um ancestral comum.
Há um descendente
de Corvinus deitado ali.
A menos de um metro de ti.
Sim.
Mas ele já é um vampiro.
Precisávamos de uma fonte pura.
Imaculada.
Uma cópia exacta do vírus original.
A própria estirpe Corvinus,
que descobrimos escondida no código genético
dos seus descendentes humanos.
Transmitida, numa forma latente,
através dos tempos,
para Michael Corvin.
O sangue dele,
permite uma combinação perfeita
entre as nossas espécies.
Não pode existir tal união.
E dizê-lo é uma heresia.
Veremos.
- Quando o Lucian injectar...
- O Lucian está morto.
De acordo com quem?
Garanto-te, minha filha,
o Kraven pagará com a vida.
Em breve esta casa estará em ruínas.
- Não antes de ti.
- Não, não! Espera! Espera!
Apenas vocês saberão toda a verdade.
Se Lucian conseguir obter
sangue de um nado-puro,
de um ancião poderoso como...
a Amelia,
ou... você,
e o injectar,
junto com o sangue do Michael...
Abominação!
Metade vampiro,
metade Lycan.
Mais poderoso que os dois.
Preciso de falar com o Kahn.
Meu Senhor.
Os membros do Conselho
foram assassinados.
E a Amelia?
Sangraram-na.
- Não pode ser.
- Já começou.
Sinto muito por ter duvidado de ti.
Não temas, minha filha.
A absolvição será tua,
assim que matares o
descendente de Corvinus, esse...
Michael.
Foi-te dada uma enzima,
para parar a transformação.
Pode levar algum tempo para as...
... tonturas se dissiparem.
Basta!
Vai...
...vai ver o que está
atrasar o Raze, sim?
Devo desculpas.
Ele precisa de lições
de boas maneiras.
Por falar em maneiras, onde
estão as minhas? Perdoa-me.
Eu sou o Lucian.
Eu tenho de ir.
Tenho de voltar!
Não há volta.
Tu não vais a lugar nenhum.
Os vampiros matavam-te à vista.
Só por tu seres o que és:
um dos nossos.
Tu és um dos nossos.
O que estás a fazer?
- O que estás a fazer?
- A trazer um fim a este conflito.
A tua guerra não tem
nada a ver comigo.
Minha guerra?
Não! Não!
Sonja!
Eles forçaram-te a vê-la morrer.
Sonja.
Foi isso que iniciou a guerra.
Vi-o acontecer como
se eu lá estivesse.
Nós éramos escravos.
Os guardiães diurnos dos vampiros.
Eu nasci um servo.
No entanto não lhes
tinha qualquer ódio.
Até desposei uma vampira.
Era proibida...
... a nossa união.
O Viktor...
... temia uma mistura das espécies.
Temia tanto...
... que a matou.
A sua própria filha.
Queimada viva,
por me amar.
Esta guerra é dele.
Do Viktor.
E ele passou os últimos
seiscentos anos
a exterminar a minha espécie.
O que vão eles fazer à Selene?
Temos companhia.
- Pensei que tivéssemos um acordo.
- Paciência.
Kraven.
Estes são assuntos a serem
discutidos em privado.
Por favor, escoltem os nossos
convidados lá para baixo.
O Conselho foi destruído.
Em breve terás tudo,
as duas grandes congregações
e um tratado de paz
selado com os Lycans.
Os quais espero que não sejam esquecidos
quando os espólios forem contabilizados.
Como esperas que eu assuma
o controlo com o Viktor desperto?
Não há como derrotá-lo. Ele está a ficar
cada vez mais forte enquanto falamos.
É precisamente por isso
que preciso do Michael.
Se o Viktor fosse tão
fácil de despachar,
tu mesmo o terias feito,
há séculos atrás.
Saiam daqui, mexam-se.
Filho da puta!
Ah, merda.
É o Viktor.
Sim.
E se tu tivesses feito a tua parte,
ele ainda estaria a hibernar.
Onde diabos está o Raze?
Existe outra saída?
Acho que nunca pensaste em ter de sangrar
para realizar o teu pequeno golpe.
Nem penses em ir embora.
Nitrato de prata.
Aposto que não esperavas por esta.
Vamos! Vamos!
Vamos! Vamos!
Lucian?
Selene?
Selene!
Tenho que te tirar daqui.
O Viktor vem a caminho...
... e não ficará satisfeito
até matar todos os Lycans.
Também te matam
só por me ajudares.
Eu sei.
Eu sei o que iniciou a guerra.
Basta! Tu vens comigo.
Espero viver o suficiente
para ver o Viktor matar-te.
Aposto que sim.
Deixa-me contar-te uma coisinha
sobre o teu amado pai.
Foi ele que matou a tua família
e não os Lycans.
Nunca conseguiu seguir
as suas próprias regras.
Dizia que não aguentava
o gosto dos animais.
Então, de vez em quando,
enchia-se de sangue humano.
Eu guardava os segredos dele.
Limpava a bagunça.
Mas foi ele...
... que foi de quarto em quarto,
matando todos que tu amavas.
Quando chegou a ti,
ele não foi capaz de
sugar-te até à morte.
Tu, que o lembravas tanto
da sua preciosa Sonja.
A filha que ele condenou à morte.
- Mentiras.
- Acredita no que quiseres.
Agora vem.
O teu lugar é ao meu lado.
Que assim seja.
Morde-o.
Metade vampiro,
metade Lycan.
Mais poderoso que os dois.
O que diabos estás a fazer?
Tu podes ter-me morto,
primo.
Mas a minha vontade,
cumpriu-se mesmo assim.
Onde está ele?
Onde está o Kraven?
Perdoa-me, minha filha.
Não foram os Lycans.
Foi você.
Deixem-nos.
Como pôde arcar com a minha confiança
sabendo que matou a minha família?
Sim.
Eu tirei-a de ti.
Mas dei-te muito mais.
Não foi uma troca justa, a vida que
te dei? O dom da imortalidade?
E a vida da sua filha?
Sua própria carne e sangue?
Eu amava a minha filha.
Mas a abominação no seu ventre era uma
traição para mim e para a congregação.
Fiz o necessário para
proteger a espécie.
Como sou forçado a
fazer novamente.
Não.
Hora de morrer.
Embora eu não possa prever o futuro,
as consequências dessa noite vão reverberar nas
duas grandes congregações durante muitos anos.
Dois vampiros anciões foram mortos.
Um deles pela minha própria mão.
Em breve, Marcus assumirá o trono.
E a maré de cólera e vingança
vai transbordar pela noite.
Diferenças serão postas de lado.
Alianças serão feitas.
E em breve,
eu tornar-me-ei a caça.
Legendagem:
SirCharles, Klump, BioHaZarD, NeoReal